Crónica de uma semana perfeita

Não me acontecia há muito tempo. Há tanto tempo que já nem me recordo da última vez em que pude gozar sete dias inteiros e seguidos de uma felicidade devoradora. Começou tudo no sábado 20 de Setembro ao acordar numa pousada de juventude em Esposende num dia em que passei por um comício em Guimarães na companhia de 15.000 pessoas e acabei todo torcido a tentar dormir num banco de autocarro depois de um belo leitão à Bairrada. No Domingo acordei cansado demais para abrir os olhos mas durante a tarde as baterias foram recuperando e depois de algum esforço consegui estar presente no dilúvio de Albufeira, onde apanhei uma das maiores molhas da minha vida, uma daquelas chuvadas que lavam a alma e levam toda a restea de mágoa, ao mesmo tempo que baptizam e prenunciam um futuro que apesar de incerto, é futuro, logo, preferível ao presente.
O melhor de tudo estava para começar na segunda feira. O trabalho arrancou à velocidade do desespero e antes do final do dia houve sessões de entrega de PCs Magalhães para organizar e assistir e ainda uma reunião política de noite que correu melhor que as minhas melhores esperanças. Terça e Quarta feira foram passadas num regime de trabalho intensivo devido a uma acção de formação onde estive presente mas nem a noite mal dormida diminui a sensação de dever cumprido pelo sucesso dos trabalhos. Quinta Feira deu para respirar fundo, mas apenas durante a manhã. De tarde o trabalho voltou a afogar a respiração mas com um jantar e peça de teatro à sobremesa no horizonte, nem isso me tirou o sorriso do rosto. Sexta Feira foi o grande dia da inauguração das infra-estruturas do Plano Tecnológico Educativo na Escola Secundária Pinheiro e Rosa e, depois de um grande dia só mesmo uma grande noite que começou com música antiga em Querença e acabou com uma sinfonia de chuva e trovoada algures no campo do concelho de Loulé.
Há muita gente que teme a felicidade como se de uma doença se tratasse. Talvez não tanto a felicidade mas sim o risco que está inerente à sua procura. Há quem tema sentir-se feliz por ter pavor do dia seguinte. Eu, sinceramente, só tenho mesmo medo é de não ter a capacidade de vos explicar como é bom sentir mais do que sangue a fluir nas veias, ver a vida com um brilho nos olhos e sentir o mundo ao alcance da mão.
Foi mesmo uma semana perfeita !

1 comentários:

Felicidades Sérgio, ou melhor: que tudo se mantenha igual. Mas podias incluir Aljezur no teu roteiro de felicidade ( e se possível com uma ofertas ma mão -- podem ser mesmo maglhães!).

Um Abraço amigo

FG

30/9/08 10:17  

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