O país do faz de conta

Li isto do Eduardo Pitta e gostei. Uma análise a reter.
Quando esta crónica foi publicada na LER, recebi mensagens a perguntar que história era aquela de, em 1982, os portugueses terem dificuldade em comprar (sem esquemas pelo meio) whisky ou bacalhau. Agora que pus o texto em linha, novo coro de perplexidade. Como os e-mails não trazem agarrada a idade do autor, presumo que seja malta nova, habituada desde a puberdade a ver em qualquer hiper oitenta marcas diferentes de whisky, whiskey e bourbon, uma dúzia de espécies de bacalhau (seco, fresco e congelado), e por aí fora. Pois é. E não era só o whisky e o bacalhau. Era também o arroz. Exactamente: o arroz. Em Cascais, onde então vivia, a Casa Príncipe, o Fauchon lá do sítio — transformada em agência Nova Rede no tempo em que a Nova Rede engolia tudo; já não existe, o Millennium extinguiu o segmento Pobrezinhos —, arranjava embalagens “de agulha” para clientes habituais. Já não falo de artigos de luxo, como queijos e champanhes franceses, chás ingleses, chocolates belgas, salmão escocês e produtos similares, todos de importação, que hoje encontramos ao virar da esquina. Onde é que eu quero chegar? À crise actual. Hoje não temos uma crise cambial, mas contra a falta de liquidez pouco podemos. No fundo, para que serve a garantia de 20 mil milhões de euros dada ontem pelo Estado, na pessoa do ministro das Finanças, ao sistema bancário? Serve para garantir o padrão de consumo dos últimos vinte anos. Padrão de consumo em que o crédito à habitação tem parte de leão. No início dos anos 1980, quando o crédito à habitação ainda não tinha começado a “democratizar-se”, as condições de concessão tinham um código espartano: praticamente sozinha no negócio, a Caixa Geral de Depósitos não tinha pressa (com cunha, a coisa resolvia-se em 3 meses; o normal era o dobro), a situação financeira do interessado era esmiuçada, o montante concedido não excedia 80% da avaliação do imóvel, o prazo da hipoteca não excedia 20 anos, etc. Ninguém sem emprego estável (no Estado, na banca, em empresas públicas ou firmas sólidas) há pelo menos 10 anos... se atrevia a pedir um empréstimo. Depois foi o bodo aos pobres. Nos últimos seis ou sete anos, gente desempregada, ou com emprego precariíssimo, fechou empréstimos em 48 horas para comprar andares com pavimento ondulante, lareira de granito, banheira de hidromassagem, tectos estucados, cozinha hi-tech, luz regulada, vidros duplos, estores eléctricos, garagem para dois carros, etc. Pais que na véspera se queixavam do desemprego da Xana ou do João, taditos, «tiraram relações internacionais e não arranjam nada», gabavam-se no dia seguinte do T3 que a Xana ou o João tinham comprado em Telheiras ou no Parque das Nações, não por irem constituir família, mas por terem direito... à sua privacidade (ou seja, à queca do fim-de-semana). Ouvi conversas destas até à náusea. Receio bem que este padrão tenha de mudar. Porque se o aval de 20 mil milhões de euros servir para garantir o país do faz de conta, então caminharemos alegremente para o abismo.

Brigitte Bardot vs Sarah Palin

Gosto de piadas. Por vezes até podem ser racistas, machistas ou outros istas quaisquer, só é preciso é que tenham piada. Descobri este post no Contra Capa e gostei. Porque é que Brigitte Bardot não arrancaria a pele a Sarah Palin se a encontrasse ? É que Bardot não gosta nada dessa cena de esfolar animais vivos.

Eleições americanas




Para não me acusarem de fazer previsões depois do fim do jogo, aqui vai a minha aposta : Barack Obama vai limpar as eleições e de goleada. Se não me enganar, 396 votos no colégio eleitoral contra os 142 de McCain. Se eu falhar por muito, sintam-se livres para vir cá gozar-me.

Com a crise financeira o disparate anda à solta, governantes, partidos da oposição, comentadores, economias e cidadãos comuns desataram a teorizar sobre o mercado financeiro e a exigir regulação, Num dia o mercado é uma roleta, no outro sabemos que o dinheiro da segurança social andou nessa roleta, num dia garantem-nos que há uma mão invisível e no outro asseguram que os que acreditam na mão invisível confiam no maneta.
Mas afinal o que é o mercado financeiro? Imaginemos que um chinês que trabalha numa fábrica têxtil em regime de cama quente, alimentado pela esperança de vir a ser mais rico do que o Stanley Ho, decide investir as suas poupanças. Se não for viciado no jogo, em vez de apanhar turbo jet para Macau vai à agência do Banco da China e investe num qualquer fundo. Por sua vez, o Banco da China junta todos estes investimentos e vai procurar investimentos na bolsa de Hong Kong, provavelmente reinveste num fundo de investimento de um banco internacional, este vai vender o dinheiro a um banco português que precisa dele para emprestar a crédito ao senhor Silva que pretende comprar um apartamento para a filha. Tanto podia ser o senhor Silva, como o senhor John que vai comprar uma casa em Chicago ou senhor Suarez, um pequeno comerciante da Colômbia.
O mercado financeiro teve a virtude de fazer com que o dinheiro do senhor Chang permitisse à filha do senhor Silva ter casa, porque quem casa quer casinha. O senhor Silva nunca há-de ouvir falar do senhor Chang e ficará eternamente grato ao senhor Ricardo Salgado ou ao banqueiro local que lhe fez o especial favor de emprestar-lhe o dinheiro que vai fazer a felicidade da filha. Nem o senhor Silva, nem o senhor Chang, nem mesmo o senhor Ricardo sabem as voltas que o dinheiro deu, o dinheiro circulou à mesma velocidade com que se acede a uma qualquer página Web.
Se no meio de todo este circuito houver um senhor Ricardo mais maroto e descobrir que pode ganhar muito mais se em vez de ter emprestar apenas ao senhor Silva, desatar a emprestar sem critério e sem se assegurar de que os clientes do banco vão poder pagar o empréstimo, é muito provável que o senhor Chang se venha a arrepender de ter depositado o dinheiro no banco em vez de o estoirar num casino de Macau.
Como vamos regular isto? Se o dinheiro fosse um queijo seria fácil, por cada passagem numa alfândega chamavam-se as autoridades sanitárias competentes, que certificariam a qualidade. Os queijos não poderiam ser armazenados em armazéns manhosos como as off-shores e quando o senhor Silva decidisse banquetear a família com um queijo chinês, acompanhado de um carrascão não haveria problemas. O queijo ostentaria um etiqueta com letras a amarelo assegurando que o produto era proveniente da queijaria do senhor Chang, em Hong Kong, indicaria a data de fabrico, o teor em gordura, o nome do importador português e passaria pelo crivo da ASAE. O senhor Chang receberia o dinheiro e o senhor Silva não teria que ira a correr para o wc mais próximo agarrado às calças.
Só que o dinheiro não são queijos e fazer fluir biliões e biliões de dólares de forma a que o dinheiro de quem poupa chegue a quem dele precise e esteja disposto a remunerá-lo não é coisa para peritos veterinários. O dinheiro não circula com etiquetas nem tem certificação de origem, quando isso suceder voltaremos ao sistema financeiro do século XIX.
É evidente que são necessárias regras, principalmente regras penais para quem vicie as regras do jogo, mas pouco mais se poderá fazer. A actual crise financeira poluiu o mercado financeiro com títulos que agora chamam tóxicos, o mercado está tão poluído como as costas do Alasca quando o Exxon Valdez se afundou devido à irresponsabilidade de um comandante. Vai levar algum tempo para que os danos desapareçam, até que a poluição deixe de se fazer sentir no mercado.
Depois a confiança regressará e o senhor Chang voltará a fazer os seus depósitos, até porque só tem duas alternativas, ou ser roubado pelo banqueiro se depositar o dinheiro no banco, ou pelo mafioso da sua rua se o esconder debaixo do colchão. Só que o senhor Chang descobriu que há leis para meter o mafioso na cadeia, enquanto o banqueiro rouba e ainda recebe um prémio.
Por cá o Lidl queria prender uma cliente por supostamente ter roubado um creme de 3,99, na América os banqueiros que receberam milhões em prémios para tramarem milhões de senhores Chang vão voltar a receber prémios por resolverem a crise dos seus bancos com o dinheiro de milhões de senhores Silvas.

Se quem estiver a ler isto me conhecer de algum lado, o que é bastante provável, sabe muito bem a razão do título deste texto. Aliás, se fizesse uma sondagem a todas as pessoas que passaram pela minha vida nos últimos 15 anos e lhes pedisse que nomeassem uma característica que me identifique, tenho a certeza que “Distraído” seria a resposta natural (não tenho assim tanta certeza mas como as outras hipóteses são bem piores agarrei-me a esta).
Todas as pessoas têm momentos de distracção, é a coisa mais natural do mundo, agora quando digo que sou mesmo distraído é porque em mim esse é um comportamento que assume particular gravidade. Eu esqueço-me de quase tudo e, de acordo com as leis de Murphy, sempre nos piores momentos possíveis. Já me esqueci de códigos e passwords, desde o do multibanco ao do telemóvel passando pelo do email. Já inventei menemónicas para me recordar desses códigos, menemónicas essas que foram esquecidas tão ou mais depressa do que os códigos originais. Andei 6 meses inteiros com o BI fora de prazo e, apesar de já ter tratado da renovação, não faço a mínima ideia de onde pus o comprovativo de que estou a regularizar a situação e duvido que venha algum dia a lembrar-me do prazo para levantar o cartão novo. Já fui multado por me ter esquecido da inspecção do carro, o que visto à distância nem parece muito grave, principalmente tendo em conta que já fui chamado a tribunal por me ter esquecido de pagar a multa e até já fiquei empenado na estrada umas quantas horas por não saber onde tinha o adaptador que me permitiria desapertar as rodas para trocar o pneu.
Como professor que sou, tenho inerente à minha licenciatura um mestrado em burocracia aplicada e um doutoramento em preenchimento de papeis inuteis. Obviamente que chumbei nos dois com olímpica mediocridade visto que tenho uma tendência natural para perder papeis, ou, no mínimo, esquecer-me de os preencher ou até mesmo não saber onde os pus depois de os ter preenchido correctamente. O facto de ter conseguido dar umas aulinhas no intervalo da burocracia durante onze anos e não ter sido preso só se justifica partindo do princípio que alguém andou mais distraído do que eu. Não tenho o sentido de perspectiva que permite à maioria das pessoas no domingo à tarde saberem exactamente o que vão fazer quinta-feira às 17h43m. Eu não tenho essa capacidade de organização, facto que já me levou a comprar uma agenda para me ajudar há uns anos atrás e, em minha defesa, tenho a dizer que precisei de três semanas inteiras para a perder.
Já preparei surpresas que me esqueci de fazer e também já comprei prendas que não me lembrei de oferecer. Se algo ou alguém me aborda ou interrompe à porta de uma cantina ou restaurante dou comigo por vezes a pensar se estaria a entrar ou a sair sem ter a certeza de já ter comido. Quando interrompo a leitura de um livro é frequente não saber bem onde ia e, apesar de mais raro, também já aconteceu não me lembrar do livro que estava a ler.
Tenho funções novas este ano, estando destacado na Direcção Regional de Educação. O edifício da DREALG é das construções mais simples que alguém possa imaginar. É um quadrado com todos os seus 4 lados e com 4 ângulos rectos inteirinhos. É daquelas construções onde é impossível uma pessoa perder-se porque, mesmo que se perca, caminhando na mesma direcção encontra sempre a saída. A primeira vez que vim cá apresentar-me, ao dirigir-me para a rua, obviamente perdi-me e só fui encontrado na segunda feira seguinte de manhã por uma equipa do CSI Miami escondido atrás de uma porta a comer a terra dos vasos. Não pensem que esta é a única história que tenho no emprego novo. Na semana seguinte a picar o ponto (basicamente corresponde a passar um dos dedos previamente definidos numa maquineta, o que é óptimo porque me obriga a ter as mãos lavadas pelo menos duas vezes por dia) as coisas não estavam a funcionar bem. Passei vezes sem conta o dedo pré-definido e nada, parti logo do princípio que me tinha esquecido do dedo certo e como tal, passei os outros nove, a ponta do nariz e quando me começava a descalçar para passar os dedos dos pés alguém me disse que tinha que carregar na tecla #, facto que obviamente já tinha olvidado. No meio de todos estes desastres de planificação de gestão diária, devo referir que não costumo esquecer-me de comparecer a encontros e que nesse aspecto sou religiosamente pontual, mas, conhecendo-me como me conheço, isso não é uma virtude e aposto que é apenas porque me esqueço de chegar atrasado.
Nunca compreendi muito bem o quê é que as pessoas têm contra os distraídos. Aliás, considero que chamar a alguém de distraído é uma atitude um pouco arrogante porque o que estamos a afirmar é que nos sentimos incomodados pelo facto de a outra pessoa ter a lata de estar concentrada em algo diferente do que nós queriamos. No entanto, o que me leva mesmo à loucura são as pessoas que atribuem este tipo de situações à falta de responsabilidade ou imaturidade. Quem raio são vocês que não se apercebem de um pôr do sol se não o marcarem na agenda para me acusar do que quer que seja ? Irresponsável ? Eu ??? Não me lixem pah !
Como escreveu uma amiga de um amigo comum num comentário no meu blog : “ … afinal de contas cada um não é um … somos muitos dentro de um só…”. É exactamente o que ando a querer explicar há anos. Carrego em mim muitas vertentes e muitas facetas e, confesso, tenho alguma dificuldade em pôr em prática a correcta no contexto certo. Sou o professor e o político, o amigo das galhofas e o tipo das conversas sérias. Sou o desprendido e o apaixonado, o bonacheirão, o colérico e, segundo alguns, até mesmo o poeta, o romancista e o guru. Sou-o todos os dias apesar de vós normalmente apenas repararem no que mais vos agrada ou no que mais detestam. Como escreveu José Gomes Ferreira, sou como uma nuvem que a todos parece uma coisa diferente, sendo que muito dificilmente algum de vocês consegue ver a panorâmica completa.
Se me acham distraído é porque não tenho medo nem receio de ceder à minha complexidade. Se acham as minhas atitudes irresponsáveis, experimentem pensar que quando devia estar a preencher um papel estou a pensar num problema da minha Junta de Freguesia, quando devia estar a comer estou a sonhar, quando devia estar concentrado a olhar-vos olhos nos olhos durante uma conversa estou apenas a tentar resolver um problema que apareceu no trabalho e ao qual não liguei nenhuma porque estava a apaixonar-me por alguém que ainda não descobri se existe.
Chamem-me distraído, infantil, imaturo e irresponsável, estejam à vontade, já nem sequer quero saber. Posso até levar a mal num primeiro momento mas mais cedo ou mais tarde vou-me esquecer, a vida é bela demais para guardar lastro em cima dos ombros e eu, o que quero verdadeiramente é ser feliz. Para quê que me vou chatear por não ver o sol brilhar até ao último dos seus dias tendo a certeza que ele brilhará até ao último dos meus ?

Já foste McCain !


O Malandro
Chico Buarque

O malandro/Na dureza
Senta à mesa/Do café
Bebe um gole/De cachaça
Acha graça/E dá no pé

O garçom/No prejuízo
Sem sorriso/Sem freguês
De passagem/Pela caixa
Dá uma baixa/No português

O galego/Acha estranho
Que o seu ganho/Tá um horror
Pega o lápis/Soma os canos
Passa os danos/Pro distribuidor

Mas o frete/Vê que ao todo
Há engodo/Nos papéis
E pra cima/Do alambique
Dá um trambique/De cem mil réis

O usineiro/Nessa luta
Grita(ponte que partiu)
Não é idiota/Trunca a nota
Lesa o Banco/Do Brasil

Nosso banco/Tá cotado
No mercado/Exterior
Então taxa/A cachaça
A um preço/Assutador

Mas os ianques/Com seus tanques
Têm bem mais o/Que fazer
E proíbem/Os soldados
Aliados/De beber

A cachaça/Tá parada
Rejeitada/No barril
O alambique/Tem chilique
Contra o Banco/Do Brasil

O usineiro/Faz barulho
Com orgulho/De produtor
Mas a sua/Raiva cega
Descarrega/No carregador

Este chega/Pro galego
Nega arrego/Cobra mais
A cachaça/Tá de graça
Mas o frete/Como é que faz?

O galego/Tá apertado
Pro seu lado/Não tá bom
Então deixa/Congelada
A mesada/Do garçom

O garçom vê/Um malandro
Sai gritando/Pega ladrão
E o malandro/Autuado
É julgado e condenado culpado
Pela situação

Aljezur


Que bem que se está em Aljezur ao princípio da noite.

Ria Formosa


Que bem que se está em Olhão ao final da tarde !

Alte





Conheço Alte há muitos anos mas confesso que nos últimos quatro não tenho sido presença assídua. Fez ontem uma semana que lá voltei por acaso e tive oportunidade de recordar, em todo o seu esplendor, os motivos que me fazem considerar Alte como uma das mais belas terras Algarvias.
Passei lá muitos fins de tarde e algumas noites mas nunca me tinha apercebido com tanta clareza que aquela aldeia foi construída sob alicerces de ternura e de carinho.
Foi uma tarde muito agradável.

Ontem foi noite de debate nos EUA entre Joe Biden e Sarah Palin, os candidatos a Vice-Presidente respectivamente dos partidos Democrata e Republicano.
Criou-se por aí uma tendência entre os comentadores políticos de avaliar como vitória num debate, o facto de um candidato não se sair tão mal como se pensava à partida. É aquela velha filosofia das vitórias morais segundo a qual, se perdermos 5-0 quando toda a gente pensava que iamos perder 10-0, foi uma vitória porque superámos as expectativas. Cá em Portugal já assistimos a isto e aposto que os actos eleitorais do próximo ano vão ser férteis nesta engenharia argumentativa.
Eu funciono em moldes um pouco diferentes. A vitória é o objectivo e só depois dessa assegurada me começo a preocupar com a dimensão da mesma. Não concordam ? Tentem recordar-se quantos atletas conhecem que ganharam medalhas de ouro nas olimpíadas e comparem com os que conhecerem que ganharam prata, independentemente de terem ficado a um milésimo ou a 10 minutos do primeiro.
Serve esta conversa para numa pequena análise referir que Joe Biden ganhou claramente o debate de ontem. John McCain teve um acesso de paralisia cerebral ao escolher a Miss Alasca para sua companhia no ticket Republicano. O que ontem se viu foi um verbo de encher a debitar frases feitas e respostas ensaiadas na esperança de se fazer parecer inteligente entre os seus lindos sorrisos de plástico. Pode ter enganado alguns, mas aposto que a muitos mais confirmou que não passa de uma barbie telecomandada às mãos da mais radical e retrógada direita dos EUA. Haja bom senso e depois de oito anos serão varridos para o caixote do lixo da história. Sem apelo nem agravo, sem honra nem memória.

Love is noise

Love is noise

Will those feet in modern times
Walk on soles that are made in China?
Feel the bright prosaic malls
And the corridors that go on and on and on

I was blind - couldn't see
We are one incomplete
I was blind - in the city
Waiting for light wind to be saved
Cause love is noise and love is pain
Love is these blues that I'm singing again
Love is noise and love is pain
Love is these blues that I'm singing again, again

Will those feet in modern times
Understand this world's affliction
Recognise the righteous anger
Understand this world's addiction?

I was blind - couldn't see
What was here in me
I was blind - insecure
I felt like the road was way too long, yeah
Cause love is noise and love is pain
Love is these blues that I'm singing again
Love is noise and love is pain
Love is these blues that I'm singing again
Love is noise, love is pain
Love is these blues that I'm feeling again
Love is noise, love is pain
Love is these blues that I'm singing again, again, again, again, again, again

Cause love is noise, love is pain
Love is these blues that you're feeling again
Love is noise, love is pain
Love is these blues that I'm singing again, again, again

Will those feet in modern times
Walk on soles made in China?
Will those feet in modern times
See the bright prosaic malls?
Will those feet in modern times
Recognise the heavy burden
Will those feet in modern times
Pardon me for my sins
Love is noise
Come on

The Verve

Fala do Homem nascido

Hoje sinto-me assim. Travem-me se puderem !

Fala do Homem nascido

Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém

Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci

Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr

Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada

Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham

Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu

Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar

In Teatro do Mundo, 1958

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