Ontem foi noite de debate nos EUA entre Joe Biden e Sarah Palin, os candidatos a Vice-Presidente respectivamente dos partidos Democrata e Republicano.
Criou-se por aí uma tendência entre os comentadores políticos de avaliar como vitória num debate, o facto de um candidato não se sair tão mal como se pensava à partida. É aquela velha filosofia das vitórias morais segundo a qual, se perdermos 5-0 quando toda a gente pensava que iamos perder 10-0, foi uma vitória porque superámos as expectativas. Cá em Portugal já assistimos a isto e aposto que os actos eleitorais do próximo ano vão ser férteis nesta engenharia argumentativa.
Eu funciono em moldes um pouco diferentes. A vitória é o objectivo e só depois dessa assegurada me começo a preocupar com a dimensão da mesma. Não concordam ? Tentem recordar-se quantos atletas conhecem que ganharam medalhas de ouro nas olimpíadas e comparem com os que conhecerem que ganharam prata, independentemente de terem ficado a um milésimo ou a 10 minutos do primeiro.
Serve esta conversa para numa pequena análise referir que Joe Biden ganhou claramente o debate de ontem. John McCain teve um acesso de paralisia cerebral ao escolher a Miss Alasca para sua companhia no ticket Republicano. O que ontem se viu foi um verbo de encher a debitar frases feitas e respostas ensaiadas na esperança de se fazer parecer inteligente entre os seus lindos sorrisos de plástico. Pode ter enganado alguns, mas aposto que a muitos mais confirmou que não passa de uma barbie telecomandada às mãos da mais radical e retrógada direita dos EUA. Haja bom senso e depois de oito anos serão varridos para o caixote do lixo da história. Sem apelo nem agravo, sem honra nem memória.
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